Open finance é a expressão que representa uma das mudanças mais profundas do sistema financeiro contemporâneo. Segundo aponta Francisco Gonçalves Perez, a abertura dos dados financeiros redefine a forma como instituições analisam risco, oferecem produtos e avaliam a capacidade de pagamento de indivíduos e empresas. Essa revolução amplia transparência, reduz assimetrias de informação e cria um ecossistema mais competitivo e inclusivo.
Open finance e a redução das barreiras de acesso ao crédito
O open finance facilita o acesso ao crédito ao permitir que consumidores compartilhem seu histórico financeiro com diferentes instituições. Esse compartilhamento autorizado diminui a dependência de análises restritas a uma única fonte e oferece visão mais completa do perfil do usuário. Com mais dados disponíveis, o risco é calculado com precisão maior, o que tende a reduzir juros para bons pagadores e ampliar oportunidades para quem antes era ignorado pelo sistema tradicional.
Essa abertura também reduz burocracias. Instituições conseguem avaliar informações em tempo real e tomar decisões mais rápidas, o que favorece empreendedores, trabalhadores autônomos e consumidores que necessitam de agilidade. O open finance transforma um processo historicamente lento em um fluxo objetivo, baseado em tecnologia e interoperabilidade.
Open finance e a personalização das ofertas de crédito
Com mais dados e maior compreensão dos perfis financeiros, as instituições desenvolvem produtos personalizados. Conforme indica Francisco Gonçalves Perez, o open finance permite que bancos e fintechs compreendam hábitos de consumo, recorrências de renda e padrões de uso de serviços. Essa leitura detalhada cria condições para ofertas compatíveis com a realidade financeira de cada pessoa.
Ao invés de limites e taxas padronizadas, surgem linhas de crédito ajustadas ao comportamento financeiro. Essa personalização tende a melhorar o relacionamento entre instituições e clientes, já que produtos mais adequados reduzem inadimplência e aumentam satisfação. A inovação passa a ser orientada pelo usuário e não apenas por métricas internas de risco.
Open finance e o impacto na concorrência do setor financeiro
O open finance intensifica a competição no setor. Bancos tradicionais deixam de concentrar informações relevantes e passam a disputar clientes em condições mais equilibradas com fintechs e instituições digitais. Essa ampliação da concorrência estimula inovação, aprimora serviços e pressiona por custos menores.

Com a entrada de novos agentes, o mercado oferece diversidade maior de produtos, abrindo espaço para modelos de negócio baseados em análise de dados, crédito inteligente e plataformas integradas. A concorrência saudável tende a beneficiar o consumidor, que passa a escolher não apenas pelo preço, mas pela qualidade e pela experiência oferecida.
Open finance, inclusão financeira e novos públicos
Um dos avanços mais significativos do open finance está na inclusão de perfis historicamente excluídos. Consumidores com pouca movimentação bancária, trabalhadores informais ou pessoas que utilizam múltiplas contas digitais passam a ter seu comportamento financeiro devidamente registrado. Assim como ressalta Francisco Gonçalves Perez, esse registro cria histórico mais amplo e permite que instituições avaliem potencial de crédito antes invisível.
Com mais informações, o sistema financeiro reduz barreiras estruturais e atende públicos antes subestimados. Esse movimento fortalece pequenos negócios, favorece empreendedorismo e amplia oportunidades de crescimento econômico. O open finance contribui para democratizar o crédito e reduzir desigualdades de acesso.
O futuro do crédito no ecossistema open finance
O open finance deve evoluir para modelos ainda mais integrados. A combinação entre dados compartilhados, inteligência artificial e análise preditiva permitirá prever comportamentos financeiros, ajustar limites automaticamente e identificar riscos com antecedência. De acordo com Francisco Gonçalves Perez, o crédito do futuro será mais dinâmico, personalizado e acessível, reduzindo custos para consumidores e aumentando eficiência para instituições.
Além disso, espera-se expansão para setores como seguros, investimentos e serviços de gestão financeira. A interoperabilidade entre plataformas possibilita que o consumidor controle sua vida financeira de forma unificada e segura. A autonomia aumenta, e a relação com instituições se torna mais transparente.
O open finance, portanto, não representa apenas uma inovação tecnológica. Ele transforma a estrutura do crédito, cria novas possibilidades de inclusão e fortalece um sistema financeiro mais justo, eficiente e orientado ao usuário. À medida que o modelo amadurece, o acesso ao crédito deixa de ser privilégio restrito e passa a refletir a realidade financeira de cada indivíduo, impulsionando crescimento e oportunidades em escala nacional.
Autor: Ashley Enright